Abril Laranja. Como Combater a Crueldade Animal
O mês de abril traz consigo a cor laranja, iniciativa criada pela Sociedade Americana para a Prevenção da Crueldade a Animais (ASPCA), em prol da conscientização e prevenção de maus tratos contra animais, sejam eles domésticos ou selvagens, grandes ou pequenos.
Para se ter ideia da seriedade do problema, um levantamento do Instituto Pet Brasil (IBP), realizado junto a 400 ONG’s de todo o país que trabalham no acolhimento de cães e gatos, mostrou que o Brasil possui quase 185 mil pets abandonados ou resgatados após maus-tratos, sob a tutela de organizações não governamentais (ONGs) e grupos de protetores. Desse total, 96% são cães e 4% são gatos.
Contudo, além deste grupo, os números são ainda mais assustadores, quando considerada todas as espécies, como cavalos, lagartos, hamsters, coelhos, entre outros.
Segundo a Delegacia Eletrônica de Proteção Animal (Depa) da Secretaria da Segurança Pública, as denúncias de maus-tratos a animais aumentaram 15,60% somente entre 2020 e 2021, de 13.887 para 16.042 casos.
Por isso, além de conscientizar a população de que os animais precisam de carinho e amor, é necessário compreender os cuidados necessários ao decidir adotar um bichinho.
Como cuidar de um pet com responsabilidade?
A campanha Abril Laranja, nos mostra a importância do cuidado, da responsabilidade e da capacidade de se ter empatia, compaixão e entendimento por outro ser vivo.
Este princípio, também conhecido como senciência, é um conceito capaz de avaliar e mensurar a qualidade de vida desses bichinhos, através das 5 liberdades do bem-estar animal. São elas:
A liberdade de fome e sede.
O primeiro requisito exigido para que um pet seja considerado feliz e saudável é ter a liberdade nutricional. Ou seja, garantir o acesso a comida e água na quantidade, qualidade e frequência ideais.
A liberdade de dor e desconforto
Para que um pet tenha qualidade de vida, é necessário proporcionar os cuidados que fazem parte da sua saúde de forma integrada, como a prevenção, diagnóstico, tratamento, vacinas, controle de parasitas e doenças.
A liberdade de expressar o comportamento natural
Neste requisito, é fundamental promover o comportamento natural do pet, de acordo com a sua espécie, bem como estimular através do enriquecimento ambiental e outras técnicas, ações que beneficiem a natureza, instinto e bem-estar.
A liberdade de medo e estresse
Não é só a saúde física que deve ser considerada, mas a mental e emocional também. É primordial que o pet viva em um ambiente de calma e tranquilidade, sem castigos e punições.
A liberdade da crueldade, abuso e maus-tratos
No Brasil, todo ato que provoque dor ou sofrimento desnecessários aos animais é considerado crime e deve ser combatido. Alguns exemplos englobam:
• Abandono;
• Trabalho excessivo;
• Falta de água e comida de forma regular;
• Permanência em locais pequenos, insalubres ou sem abrigo de sol, chuva e frio;
• Ferimentos, mutilações e envenenamentos;
• Permanência do animal em correntes;
• Privação de assistência veterinária quando necessário.
Ou seja, o conceito do bem-estar animal engloba todas as condições que promovam a sua saúde e felicidade, o contrário pode e deve ser combatido.
Como apoiar a causa?
Como cidadãos, todos nós devemos combater qualquer ato de violência contra animais. No Brasil, já existem leis que os protegem e garantem a penalização para quem comete esses tipos de crueldade. A pena pode chegar a até cinco anos de prisão, multas, e inclusão do nome do infrator no registro de antecedentes criminais.
Se você presenciou maus-tratos ou identificou que existem animais em situação de vulnerabilidade, denuncie.
Para isso, basta recorrer a qualquer órgão público, como Ministério Público, Ibama ou delegacias de polícia da sua região.
Assim, será possível evitar que mais um bichinho entre para as estatísticas e contribuir para a diminuição e o combate de maus-tratos.
É nosso dever amar, cuidar e proteger. Toda vida importa!